Perspectivas Emprendedoras: cómo los startups evalúan el proceso de selección en la Incubadora de Empresas Inovo de UnirG

 

Alessandra Martins Correia

Universidade de Gurupi – UnirG

alessandramartins@unirg.edu.br

Pedro Lucas Martins Ramalho

Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis na Universidade de Gurupi - UNIRG.

pedrolucasmartinsramalho@gmail.com

Claudia Da Luz Carvelli

Doutora em  Desenvolvimento Regional, docente efetivo na Universidade de Gurupi - UNIRG.

claudiacarvelli@unirg.edu.br

 

 

RESUMEN

Las incubadoras de empresas desempeñan un papel esencial en el desarrollo de startups, promoviendo la innovación y el crecimiento económico, especialmente en contextos regionales. Este estudio tuvo como objetivo investigar la percepción de las empresas incubadas sobre el proceso de selección de la Incubadora INOVO de la Universidad de Gurupi - UNIRG, centrándose en su efectividad, transparencia y los criterios utilizados para seleccionar las startups. Para ello se realizó una investigación exploratoria, con enfoque cuantitativo, utilizando datos primarios y secundarios. La estrategia metodológica incluyó análisis documental y estudio de campo, siendo la muestra compuesta por 16 emprendedores que participaron en el proceso de selección entre 2018 y 2024. Se aplicó un cuestionario con preguntas cerradas, disponible en línea, y los datos recolectados se presentaron en términos absolutos y relativos. números, demostrados a través de gráficos y tablas. Los resultados indicaron que el 81,3% de los participantes consideró efectivo el proceso de selección para apoyar el desarrollo de sus startups, destacando la claridad de los criterios de selección y la transparencia del proceso. La mayoría de los encuestados (75%) destacó la innovación como el criterio más relevante, seguido del potencial de mercado y la viabilidad económica. Entre las sugerencias de mejora destacó la inclusión de presentaciones en formato pitch y la realización de evaluaciones periódicas, con el objetivo de mejorar el feedback ofrecido. También hubo informes positivos sobre el impacto del proceso de selección en las áreas de gestión y oportunidades de networking.

Palabras clave: Percepción. Empresarios. Proceso de selección. Incubadora de Empresas INOVO.

 

Entrepreneurship Perspectives: how startups evaluate the selection process of UnirG's Inovo Business Incubator

 

ABSTRACT

 

Business incubators play an essential role in the development of startups, promoting innovation and economic growth, especially in regional contexts. This study aimed to investigate the perception of incubated companies regarding the selection process of the INOVO Incubator of the University of Gurupi - UNIRG, addressing its effectiveness, transparency and the criteria used to select startups. To this end, an exploratory research was carried out, with a quantitative approach, using primary and secondary data. The methodological strategy included documentary analysis and field study, with a sample composed of 16 entrepreneurs who participated in the selection process between 2018 and 2024. A questionnaire with closed questions was applied, made available online, and the data obtained were presented in absolute and relative numbers, demonstrated through graphs and tables. The results indicated that 81.3% of the participants considered the selection process effective in supporting the development of their startups, highlighting the clarity of the selection criteria and the transparency of the process. Most respondents (75%) highlighted innovation as the most relevant investment, followed by market potential and economic options. Among the suggestions for improvements, we highlight the inclusion of pitch presentations and the carrying out of periodic assessments, addressing improvements in the feedback provided. There were also positive reports about the impact of the selection process on management areas and networking opportunities.

Keywords: Perception. Entrepreneurs. Selection Process. INOVO Business Incubator.

 

Perspectivas Empreendedoras: como as startups avaliam o processo seletivo da Incubadora de Empresas Inovo da UnirG

 

RESUMO

As incubadoras de empresas desempenham um papel essencial no desenvolvimento de startups, promovendo inovação e crescimento econômico, especialmente em contextos regionais. Este estudo teve como objetivo investigar a percepção das empresas incubadas acerca do processo seletivo da Incubadora INOVO da Universidade de Gurupi - UNIRG, com enfoque em sua eficácia, transparência e nos critérios utilizados para a seleção de startups. Para tanto, realizou-se uma pesquisa exploratória, com abordagem quantitativa, utilizando dados primários e secundários. A estratégia metodológica incluiu análise documental e estudo de campo, sendo a amostra composta por 16 empresários (as) que participaram do processo seletivo entre 2018 e 2024. Foi aplicado um questionário com perguntas fechadas, disponibilizado de forma online, e os dados coletados foram apresentados em números absolutos e relativos, demonstrados por meio de gráficos e tabelas. Os resultados indicaram que 81,3% dos participantes consideraram o processo seletivo eficaz no apoio ao desenvolvimento de suas startups, ressaltando a clareza dos critérios de seleção e a transparência do processo. A maioria dos respondentes (75%) destacou a inovação como o critério mais relevante, seguido pelo potencial de mercado e pela viabilidade econômica. Entre as sugestões de melhorias, destacou-se a inclusão de apresentações em formato de pitch e a realização de avaliações periódicas, visando aprimorar o feedback oferecido. Houve ainda relatos positivos quanto ao impacto do processo seletivo nas áreas de gestão e nas oportunidades de networking.

Palavras-chave: Percepção. Empresários. Processo Seletivo. Incubadora de Empresas INOVO.

 

INTRODUÇÃO

As incubadoras de empresas configuram-se como ferramentas estratégicas para o estímulo ao empreendedorismo, oferecendo infraestrutura qualificada, suporte gerencial e acesso a redes de negócios. Tais elementos são fundamentais para aumentar as chances de sobrevivência de startups, especialmente em suas fases iniciais, quando enfrentam maiores desafios relacionados à gestão e à competitividade (Borges e Bueno, 2018).

Essas iniciativas assumem especial relevância em contextos regionais, onde o fortalecimento do empreendedorismo contribui significativamente para a promoção da inovação e o desenvolvimento econômico. Para alcançar esses objetivos, as incubadoras necessitam gerenciar com eficiência fatores críticos de sucesso, garantindo que os processos de incubação resultem em impactos positivos e consistentes (De Souza e Nascimento, 2024).

A relevância das incubadoras no cenário empreendedor está amplamente documentada, sendo destacada por sua atuação no apoio ao desenvolvimento de novos negócios, por meio da oferta de um ambiente favorável e recursos essenciais (Grimaldi & Grandi, 2005). Além disso, frequentemente proporcionam acesso a tecnologias e infraestrutura que, de outra forma, seriam inacessíveis para empreendedores individuais (Lai & Lin, 2015).

O conceito de incubadoras de empresas remonta à década de 1940, nos Estados Unidos, com a criação de espaços voltados ao apoio a novos empreendimentos. No Brasil, sua consolidação teve início na década de 1980, inserida em uma política nacional de ciência e tecnologia que buscava incentivar a inovação e o empreendedorismo (Iacono e Nagano, 2017).

Nos Estados Unidos e na Europa, a colaboração entre instituições acadêmicas e governamentais tem sido determinante para o sucesso das incubadoras, com suporte abrangendo áreas como contabilidade e integração de tecnologias, com vistas à promoção do crescimento econômico (Costa, 2023). No Brasil, destacam-se como uma estratégia viável para impulsionar o empreendedorismo, particularmente em setores complexos, como o contábil, por meio de parcerias entre universidades e instituições governamentais. Essas iniciativas oferecem suporte essencial para enfrentar desafios regulatórios e operacionais, além de fortalecer o ambiente de negócios (Ribeiro, Plonski e Ortega, 2015).

No estado do Tocantins, as iniciativas de incubação têm desempenhado papel central no fortalecimento do ambiente empreendedor local, promovendo inovação em diversos setores, incluindo o contábil. A Universidade de Gurupi (UNIRG) é um exemplo de instituição comprometida com esse desenvolvimento, atuando por meio da Incubadora de Empresas INOVO. Essa incubadora oferece suporte tecnológico robusto e apoio gerencial, contribuindo para a consolidação de startups e para a dinamização do ecossistema de negócios na região (UNIRG, 2024; UNIRG, 2023; Marinho, 2019).

Apesar da expansão das incubadoras no Brasil, são escassos os estudos que analisam o impacto dessas instituições em contextos regionais específicos, como no Tocantins. A avaliação de tais iniciativas é essencial para compreender sua contribuição ao desenvolvimento local e à competitividade das empresas incubadas (Borges e Bueno, 2018). Nesse sentido, o presente estudo busca preencher essa lacuna, analisando as empresas selecionadas pela Incubadora INOVO da Universidade de Gurupi entre 2018 e 2024.

Este trabalho é relevante para o fortalecimento do ambiente empreendedor regional, uma vez que iniciativas de incubação no sul do Tocantins, especialmente as promovidas pela UNIRG, têm impacto direto no desenvolvimento econômico local. O objetivo principal é investigar a percepção das empresas incubadas acerca do processo seletivo da Incubadora INOVO, com ênfase em sua eficácia, transparência e nos critérios de seleção.

Os objetivos específicos deste estudo incluem: (1) identificar os critérios de seleção mais relevantes para os empreendedores; (2) avaliar e verificar a percepção e satisfação das empresas incubadas sobre a eficácia do processo seletivo da Incubadora INOVO e (3) propor melhorias que possam aprimorar o processo de seleção e o acompanhamento das empresas incubadas. Dessa forma, busca-se fornecer dados para o aprimoramento das práticas da incubadora, garantindo que ela continue a desempenhar um papel fundamental no fortalecimento do ecossistema empreendedor no sul do Tocantins.

As empresas, nesse contexto, desempenham um papel crucial ao transformar conhecimento em produtos, serviços e soluções inovadoras para atender às demandas do mercado, contribuindo também para a transferência de tecnologia e o desenvolvimento regional por meio de parcerias com universidades e institutos de pesquisa (Silva et al., 2021).

Aspectos sobre as incubadoras de empresas

As incubadoras de empresas configuram-se como ambientes destinados ao fomento do desenvolvimento e crescimento de startups e pequenas empresas, por meio da oferta de suporte técnico, infraestrutura e acesso a redes de contatos (Hackbart e Dalmonech, 2023). Nesse contexto, diversos estudos têm buscado compreender a relevância das incubadoras no estímulo à inovação e no desenvolvimento econômico.

Essas estruturas promovem o desenvolvimento econômico ao estimular a criação de novas empresas e indústrias. O suporte oferecido pelas incubadoras possibilita que os negócios incubados gerem empregos de qualidade, fomentem a inovação tecnológica e contribuam para o aumento da competitividade e do crescimento econômico regional (Araújo et al., 2017). As práticas sociais e representações desempenham um papel crucial na interação entre os agentes das incubadoras, influenciando os processos de networking e cooperação (Ossmane e Costa, 2018).

De acordo com Silva (2023), as práticas colaborativas e a formação de redes de contatos assumem relevância significativa nas incubadoras de abordagem ascendente. Nesses modelos, as próprias empresas participantes desempenham um papel ativo na promoção de um ambiente empreendedor. Essa abordagem bottom-up fomenta uma cultura de colaboração e apoio mútuo, constituindo um ecossistema dinâmico e cooperativo, no qual o compartilhamento de recursos, conhecimentos e experiências é essencial para o sucesso e o crescimento das startups (Hackbart e Dalmonech, 2023).

A interação contínua entre os membros da incubadora, bem como com outros atores do ecossistema empreendedor, favorece a troca de ideias e o estabelecimento de parcerias estratégicas, impulsionando ainda mais a inovação e o desenvolvimento de novos negócios (Albertini; Careta; Spers, 2020). Nesse sentido, diferentes modelos de incubadoras apresentam contribuições relevantes para a criação de novos empreendimentos. Ao reduzir as barreiras de entrada enfrentadas por novos empreendedores, essas instituições desempenham um papel fundamental ao fornecer recursos essenciais para a fase inicial de desenvolvimento empresarial (Montenegro Junior, 2022).

Entre os recursos disponibilizados pelas incubadoras estão o acesso à infraestrutura física, suporte técnico, mentoria especializada e oportunidades de financiamento. Tais elementos são indispensáveis para que as startups superem os desafios iniciais e estabeleçam uma base sólida para o crescimento futuro. Assim, além de possibilitar o surgimento de novos negócios, as incubadoras contribuem para a diversificação e o fortalecimento do ecossistema empreendedor como um todo (Hackbart e Dalmonech, 2023).

Ademais, as incubadoras de empresas funcionam como redes empresariais orientadas à inovação, promovendo a troca de conhecimentos e experiências entre os empreendedores. Ao facilitar a colaboração e a cooperação no âmbito da comunidade empreendedora, essas organizações desempenham um papel essencial no estímulo à inovação e no desenvolvimento de novas tecnologias (Montenegro Junior, 2022).

·       Processo de seleção de startups e ecossistema de inovação.

O processo de seleção de startups constitui uma etapa crítica, exigindo planejamento, transparência e objetividade. A implementação de critérios claros e de um processo estruturado não apenas assegura a seleção das melhores empresas para incubação, mas também fortalece a reputação da incubadora e contribui para o sucesso global das startups selecionadas (Albertini; Careta; Spers, 2020).

A título de exemplo, a Incubadora INOVO, vinculada à Universidade de Gurupi (UnirG), adota práticas que fomentam um ecossistema de inovação dinâmico e sustentável. Essa abordagem beneficia empreendedores, comunidade acadêmica e empresarial, ao incentivar a colaboração entre os diferentes atores do sistema e promover o desenvolvimento de soluções inovadoras (UNIRG, 2024). Essas iniciativas questionam o modelo tradicional de inovação, restrito ao interior das organizações, enfatizando a importância da permeabilidade das fronteiras organizacionais e da cooperação no ecossistema de inovação.

A inovação aberta, nesse contexto, envolve a troca de informações e conhecimentos entre organizações, incluindo parcerias com empresas, universidades e clientes. O ecossistema de inovação reconhece a inovação como um processo colaborativo que integra empresas, instituições acadêmicas, governo e sociedade civil, com o objetivo de promover progresso econômico e científico (Costa, 2023).

A interação entre essas organizações é indispensável para a inovação aberta, pois estimula o compartilhamento de recursos e a realização de projetos conjuntos. Essa dinâmica fortalece a capacidade de inovação, ao permitir o acesso a novas ideias, tecnologias e mercados. Consequentemente, essas práticas não apenas promovem avanços científicos, tecnológicos e econômicos, mas também fomentam o progresso sustentável e inclusivo (Borges e Bueno, 2018).

Embora promissoras, essas abordagens enfrentam desafios, tais como a necessidade de reforçar a infraestrutura de pesquisa e inovação, incentivar a cultura de inovação nas organizações e facilitar o acesso a financiamento e recursos (Costa, 2023). A interação entre empreendedores, contudo, continua sendo um elemento-chave, fortalecendo o ecossistema empreendedor e contribuindo para o desenvolvimento de soluções inovadoras para problemas complexos, o que impacta positivamente o progresso econômico e social (Montenegro Junior, 2022).

O processo de seleção de startups configura-se como uma etapa fundamental no âmbito das incubadoras, demandando planejamento minucioso, transparência e critérios objetivos. A definição de diretrizes claras e a implementação de um processo estruturado não apenas favorecem a escolha de empresas com maior potencial para incubação, mas também contribuem para o fortalecimento da reputação institucional e para o sucesso das startups selecionadas (Albertini; Careta; Spers, 2020).

Nesse contexto, a Incubadora INOVO, vinculada à Universidade de Gurupi (UnirG), ilustra boas práticas ao fomentar um ecossistema de inovação dinâmico e sustentável. Essa abordagem promove benefícios que transcendem o ambiente empreendedor, alcançando a comunidade acadêmica e empresarial. Além disso, incentiva a colaboração entre os diferentes atores do sistema de inovação e estimula o desenvolvimento de soluções tecnológicas e sociais inovadoras (UNIRG, 2024). Tal modelo desafia paradigmas tradicionais, usualmente restritos ao interior das organizações, e reforça a relevância de práticas colaborativas e da permeabilidade das fronteiras organizacionais no contexto da inovação.

A perspectiva da inovação aberta, nesse cenário, destaca a troca contínua de informações e conhecimentos entre organizações, incluindo universidades, empresas e consumidores. O ecossistema de inovação é compreendido como um processo colaborativo, que integra empresas, instituições acadêmicas, governos e a sociedade civil, com vistas ao progresso econômico e científico (Costa, 2023). Essa interação possibilita a construção de redes robustas de cooperação, fundamentais para o compartilhamento de recursos, ideias e tecnologias, promovendo não apenas avanços científicos e tecnológicos, mas também o desenvolvimento sustentável e inclusivo (Borges e Bueno, 2018).

Para que o ecossistema de inovação alcance sua máxima eficácia, torna-se imprescindível a criação de ambientes favoráveis à interação entre os diferentes agentes. Incubadoras como a INOVO desempenham papel estratégico ao prover infraestrutura, suporte técnico e mentoria aos empreendedores. Tais iniciativas fomentam o aprendizado organizacional e fortalecem a competitividade das empresas, contribuindo para o desenvolvimento econômico regional (Albertini; Careta; Spers, 2020). Além disso, destaca-se a importância de políticas públicas e parcerias que garantam a sustentabilidade dessas iniciativas no longo prazo.

A diversidade, por sua vez, emerge como um elemento indispensável no ecossistema de inovação. A integração de diferentes perspectivas, provenientes de setores, formações e origens variadas, enriquece os processos criativos e contribui para soluções mais abrangentes e inclusivas. A inovação aberta permite que essas diferenças sejam capitalizadas por meio da construção de redes colaborativas, promovendo um intercâmbio produtivo de ideias e experiências entre os atores envolvidos (Costa, 2023).

A adaptação dos modelos de inovação às especificidades locais é essencial para garantir a relevância das soluções desenvolvidas. No caso da INOVO, sua estreita relação com a UnirG possibilita a articulação entre universidade e mercado, alinhando projetos tecnológicos às demandas regionais. Essa conexão fortalece o impacto social das iniciativas e confere maior competitividade às startups incubadas, ao atender diretamente os desafios específicos da comunidade (UNIRG, 2024).

A incorporação de práticas sustentáveis ao modelo de inovação aberta não apenas responde às demandas ambientais e sociais contemporâneas, mas também amplia as oportunidades de mercado para as startups. Nesse sentido, ao integrar a sustentabilidade às suas diretrizes, o ecossistema de inovação consolida-se como um promotor do progresso econômico e social, orientado por princípios de responsabilidade intergeracional (Borges e Bueno, 2018).

METODOLOGIA

A presente pesquisa foi conduzida por meio de um estudo exploratório, com abordagem quantitativa, e contemplou pesquisa documental e estudo de campo. Informações secundárias foram obtidas a partir de documentos da Incubadora de Empresas INOVO, da Universidade de Gurupi (UnirG), referentes ao período de 2018 a 2024, além de consultas a bases como Scopus, Portal Capes e SciELO, as quais complementaram os dados primários na discussão dos resultados.

Os participantes consistiram em 16 empresários de empresas incubadas, selecionados com base em critérios específicos. As empresas deviam ter participado do processo de seleção da Incubadora INOVO nos editais de 2018 a 2024 e sido aprovadas. Todos os participantes concordaram em participar voluntariamente, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética, conforme o parecer nº 7.066.784, de 10 de setembro de 2024. Empresários que não participaram do processo de seleção ou não tiveram suas empresas homologadas, bem como aqueles que não consentiram formalmente, foram excluídos.

A coleta de dados foi realizada por meio de questionário composto por 14 perguntas fechadas, elaborado na plataforma Google Forms e aplicado de forma online. As questões foram organizadas em dois blocos: o primeiro abordava informações cadastrais, e o segundo explorava temas relacionados aos objetivos da pesquisa, com o intuito de identificar experiências e percepções dos participantes sobre o processo seletivo de incubação.

Para a análise dos dados, adotou-se a metodologia de análise de conteúdo proposta por Bardin (2016). Essa abordagem permitiu identificar padrões e temas emergentes, proporcionando uma compreensão aprofundada dos fenômenos investigados. Os dados foram tratados de forma absoluta e relativa, apresentados por meio de gráficos e tabelas, e interpretados em consonância com a fundamentação teórica do estudo. Por fim, os resultados foram categorizados de forma a preservar o anonimato e a identidade dos participantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa revelou a diversidade dos ramos de atividade das empresas participantes da Incubadora de Empresas INOVO. Conforme apresentado na Tabela 1, observa-se que a maioria das empresas atua no setor de prestação de serviços, representando 50% da amostra (8 empresas), enquanto 37,5% (6 empresas) combinam atividades de comércio e prestação de serviços, e 12,5% (2 empresas) estão exclusivamente no setor de comércio.

Tabela 1.

Ramo de Atividade e Ano de ingresso

Ramo de Atividade da Empresa

Tipo de atividade

Quantidade (n=16)

%

Comércio

2

12,50%

Prestação de serviço

8

50%

Mista comércio e prestação de serviços

6

37,50%

Ano de ingresso na incubadora:

Ano

Quantidade (n=16)

%

2024

1

6,30%

2023

2

12,50%

2022

3

18,80%

2021

3

18,80%

2020

3

18,80%

2019

2

12,50%

2018

2

12,50%

Fonte: Dados primários (2024).                                 

Os dados indicam uma predominância de empresas orientadas para o setor de serviços, o que possivelmente reflete características regionais ou setoriais da incubadora. Quanto ao ano de ingresso, observa-se uma distribuição equilibrada entre 2018 e 2024, com maior concentração nos anos de 2020, 2021 e 2022, cada um representando 18,8% da amostra.

No que diz respeito à tipologia dos negócios, a literatura destaca que os recursos disponíveis para incubadoras, geralmente de origem governamental ou institucional, influenciam o tipo de projetos desenvolvidos. Esses recursos são essenciais para a criação e o desenvolvimento de empresas incubadas, permitindo que as incubadoras garantam receitas contínuas tanto de fontes governamentais quanto dos serviços oferecidos (Brito, 2022).

O processo de seleção é a etapa inicial da incubação e envolve uma análise criteriosa das propostas e dos planos de negócios apresentados pelos empreendedores. São avaliados critérios como inovação, viabilidade técnica e econômica, potencial de mercado e competências da equipe empreendedora (Antunes et al., 2019).

Quando mencionado sobre a percepção sobre os critérios de seleção, a clareza na comunicação dos critérios de seleção foi bem avaliada pela maioria dos participantes. Conforme a Tabela 2, 62,5% dos respondentes concordaram totalmente com a clareza da comunicação, e outros 18,8% concordaram, totalizando mais de 80% de aprovação. Apenas 6,3% discordaram ou discordaram totalmente, enquanto outros 6,3% foram neutros.

 

Tabela 2.

Percepção dos Participantes sobre a Clareza, Adequação e Eficácia dos Critérios de Seleção

Você considera que os critérios de seleção foram claramente comunicados antes do processo seletivo?

Quantidade (n=16)

%

Discordo totalmente;

1

6,30%

Discordo;

1

6,30%

Indiferente (ou neutro);

1

6,30%

Concordo; e

3

18,80%

Concordo totalmente.

10

62,50%

Os critérios de seleção utilizados foram adequados para avaliar o potencial da sua Startup?

Quantidade (n=16)

%

Discordo;

1

6,30%

Indiferente (ou neutro);

3

18,80%

Concordo; e

5

31,30%

Concordo totalmente.

7

43,80%

Você considera que o processo seletivo foi eficaz na avaliação do potencial da sua Startup?

Quantidade (n=16)

%

Indiferente (ou neutro);

2

12,50%

Concordo; e

6

37,50%

Concordo totalmente.

8

50%

Quais critérios de seleção você considera mais relevantes?

Quantidade (n=16)

%

Inovação e originalidade

12

75%

Viabilidade técnica e econômica

7

43,75%

Potencial de mercado

8

50%

Competência da equipe

3

18,75%

Sustentabilidade e impacto social

6

37,50%

Fonte: Dados primários (2024).

Com relação à adequação dos critérios, 43,8% dos participantes concordaram totalmente, e 31,3% concordaram, sugerindo uma visão predominantemente positiva. Já sobre a eficácia do processo seletivo, 50% dos participantes concordaram totalmente, enquanto 37,5% concordaram, reforçando a percepção de que o processo foi bem-sucedido na avaliação do potencial das Startups.

Os critérios mais relevantes indicados pelos participantes incluíram inovação e originalidade (75%), potencial de mercado (50%) e viabilidade técnica e econômica (43,75%), conforme evidenciado na Tabela 2. Lopes e Sassi (2019) enfatizam que a seleção visa identificar negócios com maior potencial de crescimento e inovação, garantindo a alocação eficiente de recursos.

Ao vermos as contribuições do processo seletivo para o desenvolvimento das startups, a maioria dos participantes considerou que o processo seletivo contribuiu significativamente para o desenvolvimento inicial de suas empresas. Aproximadamente 50% dos respondentes concordaram totalmente com essa afirmação, enquanto 31,3% concordaram, totalizando 81,3% de aprovação (gráfico 1).

 

Gráfico 1.

Percepção sobre a Contribuição do Processo Seletivo para o Desenvolvimento Inicial das Startups

Fonte: Dados primários (2024).

As startups exercem uma função estratégica no desenvolvimento econômico e social, destacando-se por sua capacidade de criar tecnologias que não estão disponíveis em grandes empresas ou instituições de ensino superior. Além disso, desempenham um papel significativo no processo de inovação, ao introduzirem novas ideias no mercado e transformá-las em empreendimentos em desenvolvimento. Conforme observado por Bedran e Ferreira (2021), o sucesso e a capacidade inovadora das startups dependem substancialmente da disponibilidade de fluxos de conhecimento, os quais influenciam diretamente outras organizações e, ao mesmo tempo, são por elas impactados.

A análise do processo seletivo da Incubadora INOVO evidenciou aspectos positivos e contribuições relevantes segundo os participantes. No que se refere à condução do processo, foram amplamente destacados elementos como a transparência e a clareza documental. Adicionalmente, a apresentação das propostas para a banca avaliadora foi bem recebida, sendo mencionada por um participante como uma experiência acolhedora. Entre as sugestões apontadas, destacou-se a possibilidade de inclusão de apresentações no formato pitch, com o objetivo de dinamizar e complementar as etapas avaliativas.

Quanto aos impactos do processo seletivo no desenvolvimento das startups, os relatos indicam predominantemente percepções positivas. Um dos participantes afirmou que o processo "abriu portas para o mercado de trabalho e possibilitou maior conhecimento na área de contabilidade". Outros destacaram que as orientações recebidas, especialmente relacionadas à gestão e organização administrativa, contribuíram significativamente para o fortalecimento de suas empresas. Um exemplo disso foi o relato de um respondente que enfatizou o impacto positivo do processo na estrutura administrativa de sua startup.

Outros benefícios mencionados incluem o estímulo à continuidade das atividades empreendedoras e o fortalecimento de conexões com eventos e oportunidades externas. Um participante relatou que o processo seletivo ampliou suas perspectivas de mercado, contribuindo para a consolidação de uma visão estratégica mais ampla para o negócio.

Entre as sugestões para o aprimoramento do processo seletivo, destaca-se a recomendação de que as etapas sejam realizadas integralmente em ambiente virtual, além da criação de vantagens específicas para empresas que já finalizaram o período de incubação, mas permanecem ativas no mercado. Outra proposta significativa consistiu na implementação de avaliações periódicas baseadas em critérios bem definidos, possibilitando feedbacks contínuos para o desenvolvimento das startups.

Os resultados da pesquisa revelam que o processo seletivo da Incubadora INOVO foi avaliado de forma amplamente positiva, especialmente no que concerne à clareza dos critérios de seleção e à contribuição para o aprimoramento das startups participantes. A maior parte dos respondentes destacou a transparência e o suporte fornecido pela incubadora, além de reconhecer os impactos favoráveis nas áreas de gestão e organização. As sugestões apresentadas, como a inclusão de pitchs e a realização de avaliações periódicas, refletem a intenção de promover melhorias contínuas no processo.

De maneira geral, os resultados reforçam a relevância da incubadora como um instrumento essencial para validar o potencial das startups, ampliar suas oportunidades de mercado e consolidar seu posicionamento competitivo. Dessa forma, evidencia-se a importância das incubadoras no estímulo ao empreendedorismo local e no suporte ao crescimento sustentável das empresas emergentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo evidenciou a relevância das incubadoras de empresas como instrumentos estratégicos para o fortalecimento do empreendedorismo, particularmente em contextos regionais, como o Sul do Tocantins, onde os empreendedores enfrentam desafios específicos relacionados a recursos limitados e infraestrutura insuficiente. A Incubadora INOVO, vinculada à Universidade de Gurupi, mostrou-se essencial para o desenvolvimento de startups, oferecendo um processo seletivo estruturado, transparente e fundamentado em critérios que atendem às necessidades de negócios emergentes, contribuindo diretamente para a formação de um ecossistema empreendedor mais robusto.

Os resultados da pesquisa demonstraram que os critérios de seleção são amplamente reconhecidos pelos participantes como adequados e eficazes no estímulo ao crescimento das startups. Contudo, foram identificadas oportunidades de aprimoramento, como a necessidade de maior clareza na comunicação dos critérios e a inclusão de práticas mais dinâmicas, como apresentações no formato pitch. Essas melhorias podem tornar o processo seletivo mais alinhado às expectativas dos empreendedores, aumentando sua capacidade de identificar e promover projetos inovadores.

Além disso, a análise das respostas dos participantes revelou não apenas os desafios enfrentados durante o processo, mas também estratégias para aprimorar as práticas de incubação. Entre as contribuições deste estudo, destaca-se a sugestão de desenvolvimento de padrões mais sistemáticos para os critérios de avaliação e de instrumentos que permitam uma compreensão mais aprofundada das particularidades das empresas incubadas. Tais iniciativas poderiam consolidar a atuação da Incubadora INOVO como um agente promotor do desenvolvimento econômico local.

Recomenda-se que estudos futuros explorem a implementação de novas metodologias, como o uso de pitch decks e dinâmicas de grupo, no processo de seleção de startups, ampliando sua interatividade e eficiência. A adoção de tecnologias digitais, como ferramentas de inteligência artificial, também surge como uma alternativa relevante para personalizar o processo seletivo e adaptá-lo às especificidades de diferentes setores econômicos. Assim, espera-se que essas inovações contribuam para o fortalecimento das práticas de incubação, promovendo o desenvolvimento sustentável e a consolidação do empreendedorismo como um pilar estratégico para o crescimento regional.

Outro caminho interessante seria fazer comparações entre diferentes incubadoras de empresas em contextos regionais semelhantes ao Tocantins, para identificar práticas que sejam relevantes e adaptar estratégias que promovam maior eficácia. As pesquisas também poderiam incluir a perspectiva de empresas não selecionadas, com o objetivo de compreender os desafios enfrentados por essas organizações e como os critérios de exclusão podem ser aperfeiçoados para assegurar maior transparência e equidade.

Finalmente, seria interessante estender os estudos para avaliar os efeitos de longo prazo do processo seletivo na performance das startups incubadas, considerando indicadores de sobrevivência, crescimento e inovação, de modo a criar um modelo de avaliação contínuo que fortaleça o ecossistema empreendedor regional.

REFÊRENCIAS

Albertini, M. S., Careta, C. B., & Spers, E. E. (2020). Ambiente colaborativo e sua influência no desenvolvimento de empresas startups: Caso Vale do Piracicaba. XLIV Encontro da Anpad - EnANPAD 2020 Evento online - 14 a 16 de outubro de 2020. Disponível em https://repositorio.usp.br/item/003028761

Antunes, L. G., Souza, T., Silva, J. P., Lopes, G., & Sugano, J. (2019). Modelo de negócio de incubadoras de empresas: Revisão de escopo. Revista de Administração Sociedade e Inovação, 5(2), 144–161. https://doi.org/10.20401/rasi.5.2.282

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