Ecofeminismo para justiça social e bem viver

Resumo

Este trabalho visa mostrar a importância da justiça ecológica como um direito para a educação, ou seja, para as gerações futuras. Para o efeito, depois de sublinhar a importância que o Comité dos Direitos da Criança tem dado às alterações climáticas, ligadas ao direito à igualdade ecológica de todos os seres humanos; expomos brevemente algumas das consequências sobre a natureza do Antropoceno e o impacto desigual desses efeitos sobre mulheres e crianças. Neste trabalho reivindicamos o ecofeminismo crítico como uma alternativa clara tanto ao sistema capitalista andro-antropoceno, como um dos mais importantes suportes para o respeito pela natureza, a coexistência e, em última análise, a justiça afectiva; enfatizando a importante da alfabetização ecológica que defende. Junto a isso, apontamos a forte ligação entre o ecofeminismo e a ética do cuidado, que é uma ética de relações cuidadosas e de atenção aos outros e à natureza. Por fim, focamos tanto nas implicações do bem-estar dos povos originários (a suma qamaña), quanto na Constituição da Terra. Se este último nos encoraja a salvar a terra e a protegê-la constitucionalmente, o primeiro diz-nos que o caminho a seguir envolve a reconciliação na e com a vida e o cuidado da terra. Concluímos portanto que a justiça ecológica é fundamental para a educação e formação das gerações futuras.