Tornar visível o invisível: a realidade urgente das escolas rurais

Resumo

Este artigo expõe a difícil situação das escolas rurais andaluzas, tomando como exemplo uma escola em Almogía (Málaga), com um único diretor que assume múltiplas funções. Justifica a necessidade de realçar os desafios singulares que estas escolas enfrentam, apesar das normas educativas andaluzas que procuram a equidade. O desafio demográfico reconhecido pelo governo andaluz agrava estas dificuldades. O artigo baseia-se na experiência pessoal de um diretor de uma escola rural, complementada por referências às normas educativas andaluzas e relatórios sobre situações rurais. É utilizada uma abordagem descritiva e reflexiva para ilustrar a sobrecarga administrativa e as especificidades pedagógicas destas escolas. As principais conclusões destacam a carga de trabalho desproporcional do diretor, que deve assumir funções de gestão, administração, tutoria e apoio psicossocial. As normas gerais demonstram estar mal adaptadas à realidade das escolas rurais, gerando burocracia excessiva e dificuldades na gestão de horários em plataformas como a Séneca para salas de aula multisseriadas. Apesar da proximidade e da atenção individualizada serem pontos fortes, a instabilidade dos professores e a falta de formação específica representam obstáculos significativos. A conclusão é que as escolas rurais, apesar do seu valor intrínseco e da ligação à comunidade, enfrentam desafios que requerem uma atenção urgente. As regulamentações atuais não abordam adequadamente as suas características únicas, sobrecarregando o pessoal escolar e os professores. Defendemos a necessidade de formação mais específica para salas de aula multisseriadas e sistemas de avaliação que sejam sensíveis ao contexto rural.